segunda-feira, 8 de junho de 2015

Deitar conversa fora... mas de forma muito séria!

Fui jantar com uma grande amiga minha. A pessoa que me tem acompanhado nos bons e nos maus momentos. A pessoa com quem sei que posso contar sempre e acho que ela também sabe que pode contar comigo para o que der e vier.

Curiosamente, estamos as duas na mesma situação.
34 anos e sem qualquer projecto em vista que envolva a constituição de família. Sonhos de maternidade completamente adiados.

A conversa flui entre nós... falamos de coisas banais (até mesmo fúteis) e de coisas bem sérias mas sempre com tom levezinho.
Acho que é precisamente quando tenho estas conversas com ela que percebo muito mais de mim. Mais do que quando converso com qualquer outra pessoa ou quando estou sozinha com os meus pensamentos.

Desta vez fiz várias reflexões sobre mim mesma. Percebi que, neste momento, estou numa fase muito egoísta. Estou numa fase em que não sei se quero que a minha vida mude. Em que não sei se quero encontrar alguém que me altere substancialmente o que é a minha rotina. Em que não quero ter filhos (eu que toda a vida transpirei maternidade).
Cheguei à conclusão que talvez esse seja o motivo principal para eu me manter com o gajo-mor: ele não altera em nada a minha rotina.
É verdade que não me sinto completamente livre. Vou sair à noite e, apesar de observar quem me rodeia, não penso que gostava de seduzir esta ou aquela pessoa.
Mas o certo é que também não sinto que tenha um namorado. Estou presa a algo que nem sei muito bem o que é.
Mas que me parece que é o que necessito neste momento. Alguém com quem ir para a cama sem pensar que daí vem um compromisso sério que me vai alterar completamente a vida.

Muita gente me diz para eu o largar, que ele não é para mim e que manter-me nisto só me está a atrapalhar a vida.
Ela não me diz isso. Ela não gosta dele e diz-me isso sem qualquer pudor. Ainda acrescenta que ele não é a minha "pessoa certa". Mas não me diz preto no branco que o devo largar. Entende que não o deve fazer (sim, ela diz isso mesmo assim). Percebe o que estou a passar e que isso é mesmo algo que eu devo passar e que simplesmente vai acabar quando tiver que acabar.

Acabamos a conversa chegando à conclusão que estamos numa altura das nossas vidas em que:
1º é muito complicado conhecer pessoas novas
2º é muito complicado conhecer pessoas novas que estejam descomprometidas
3º será muito complicado construir uma vida a 2 porque já somos pessoas totalmente independentes que têm hábitos enraizados e que colocar uma pessoa "estranha" nesta equação pode ser "a morte do artista".

 Não é fácil ser solteira depois dos 30, meus amigos. Não é nada fácil!

4 comentários:

  1. que bom ter amigos assim! e eu sei , passar dos trinta é complicado... tenho uma amiga com 50 que esta numa dureza tentando achar um cara legal!

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    1. É mesmo bom... :) é uma pessoa que gosto como se fosse irmã. Com quem tenho uma relação mais próxima do que com a minha própria irmã.

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  2. "É verdade que não me sinto completamente livre" - o pior é que isso te está a condicionar a vida.

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