domingo, 15 de março de 2015

Histórias de encantar

Dizem que as histórias de “era uma vez” terminam sempre com um final feliz.
No entanto, quando o príncipe encantado se transforma em sapo é impossível manter o final feliz para o resto da vida. Quando o príncipe encantado se torna abusivo e te maltrata, quando as 4 paredes da casa onde vives se transformam numa prisão para substituir o castelo onde foste feliz… quando isso acontece não podes viver numa farsa para a sociedade, é necessário que te libertes e que sejas feliz. Mesmo que isso implique recomeçares o caminho sozinha.

O problema é que há sempre um período de tempo em que existe uma auto-destruição. Em que achas que o que estás a viver é uma fase e que o amor irá vencer todas as adversidades… e tentas barafustar! Tentas que o sapo (nessa altura ele já é sapo mas tu ainda o vês como príncipe) queira o mesmo que tu. Choras, imploras que ele te olhe e te veja. Rastejas para que ele volte ao que era… mas ele nunca volta!
Nesse período de tempo, não vês o óbvio simplesmente porque não queres ver. Não porque sejas burra ou inocente… apenas porque não o queres ver! Mas vai haver um dia em que tudo se vai desmoronar. Em que vais ver e vais sofrer!
Descobrir que ele diz à outra que a ama quando a ti nem sequer te dirige a palavra ou quando o faz é apenas para gritar o quanto és incompetente… é como uma faca que se te espetam no coração sem a possibilidade de recuperação. Aí sais e procuras a tua própria felicidade!
Porque, no fundo, isso é o mais importante… ainda poderá demorar algum tempo mas essa é a forma de fazeres o teu final feliz na história de “era uma vez”.

Já lá vão 3 anos e o coração ainda não vê possibilidade de recuperação.

4 comentários:

  1. Tenta desligar-te do passado, e quando um príncipe se torna num sapo, que acaba por ser o inverso dum conto de fadas, é um aviso sério de que algo não está bem.

    A auto-destruição é sempre um caminho mais fácil, do que teres que fazer a tua vida sozinha. Dizem que mais vale só do que acompanhado. Aplica-se no teu caso?

    E já agora, o amor não vence todas as adversidades, apenas as que tu podes controlar, e isso é o que tu sentes, o que os outros sentem, é outra história.

    Desliga a tomada do passado! :-)

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    1. A auto-destruição foi o caminho até eu descobrir o que se andava a passar porque achava que essa era a forma de recuperar o que já não tinha solução (mas eu não sabia que já não tinha solução).
      Sim, no meu caso, aplica-se "mais vale só que mal acompanhado". E essa foi a frase que me acompanhou desde que saí dessa prisão.

      Eu procuro sempre desligar-me do passado... mas, por vezes, olho para trás.
      Primeiro, porque quero sempre recordar o que passei... como um alerta para não me deixar arrastar para algo semelhante.
      Segundo, porque por vezes simplesmente me lembro... e fico furiosa comigo mesma por me ter deixado estar naquela posição durante tanto tempo, por não ter reagido mais cedo.

      Não sei se o coração ainda não recuperou porque algo se partiu de forma irremediavel ou se porque ainda não encontrei a pessoa para o reparar.
      Houve uns momentos em que achei que havia a possibilidade de ter encontrado essa pessoa quando conheci o gajo-mor... hoje sei que ele não é essa pessoa.

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  2. Wwww que post tão cru, mas tão importante. Escrever faz bem e assim publicamente ainda melhor. De facto nunca recuperamos das mágoas. Fica sempre lá um pontinho que nos obriga muitas vezes a ficar de pé atrás. Demasiadas vezes. Mas não existe outra solução, pelo menos que eu conheça. Por mais que a gente diga, abre o coração porque nem todos são iguais, o medo de voltar a passar pelo mesmo é mais forte e basta que alguém faça 1% daquilo que a outra pessoa nos fez para ficarmos completamente de rastos. Identifico-me imenso com este post. Bjs

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    1. foi por isso que criei este blog... para escrever o que me apetecer da forma mais crua possível sem ter de dar explicações a quem me conhece no meu dia-a-dia.

      e sim, o medo de voltar a viver algo semelhante é, por vezes, paralisante!

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